
Foto: Karina Muniz
Soteropolitana, ariana, 36 carnavais. Jornalista, Mestre em Cultura e Sociedade, graduanda em Gastronomia, cozinheira de araque.
Quem saber mais? Então senta que lá vem história!
Muito antes de eu ganhar intimidade com a escrita ou com as panelas, essa dupla de temperos que dá nome ao blog já fazia parte do meu vocabulário, de tanto ouvi-la na cozinha onde minha mãe fazia comida com o rádio sintonizado na AM.
Só pra você entender que tamanho eu tinha, fazia companhia a ela sentada dentro de uma das cubas da pia dupla de inox. E aos meus ouvidos de menina aquele nome soava como um só: era “pimenticuminho”, com som de “u” no lugar do “o” e aquele “nh” quase inexistente do baianês.
É claro que depois aprendi que pimenta era uma coisa, cominho era outra. E já bem grandinha descobri também que comer e escrever eram dois prazeres s dos quais eu não queria me apartar jamais.
Eles começaram a andar juntos em 2008, quando passei a ser repórter do jornal A Tarde e dei meus primeiros passos no jornalismo gastronômico, na extinta coluna Comes & Bebes, numa deliciosa parceria com Liana Rocha. Vale dizer que nós duas tínhamos uma responsabilidade e tanto, afinal de contas, aquele espaço carregava a marca de sua fundadora, a querida Helô Sampaio.
Ali eu ainda era movida sobretudo pela curiosidade e pela intuição. E pelo dead line, claro! Em 2009 – ou seja, oito anos depois da graduação em Jornalismo –, lá estava eu ingressando na Ufba novamente, desta vez no recém-criado bacharelado em Gastronomia.
Além de curiosidade, intuição e prazo, meu trabalho ganhou uma pitada a mais de conhecimento. Com um toque ainda mais pessoal, esses ingredientes também passaram a dar gosto ao Pimenta e Cominho, inaugurado junto com a Primavera de 2010.
Mas nem tudo eram flores. A correria do dia a dia me impediu de dar à minha própria cozinha a atenção e o carinho que ela merecia. Assim como atravancou a graduação em Gastonomia, que só agora se encaminha para o final. É que no meio do caminho, em 2012, ainda surgiu um curso de mestrado, que tal? E então fez-se um grande hiato.
Mas acredito mesmo que tudo, tudo tem seu tempo. E é assim, tranquila, calma e serena, que reabro minha cozinha em 2016, deixando as coisas acontecerem ao sabor dos ventos desse outono que se aproxima.